História da igreja Matriz

dedicada a nossa Senhor das Neves do Sobral




Fundada no século XIII, a Paróquia Matriz de Borba é a mais antiga da cidade. A sua primitiva igreja, conhecida nas crónicas como igreja de Santa Maria de Borba, foi fundada durante a reconquista cristã do Alentejo e encontrava-se no interior das muralhas da vila. A Ordem de Avis, donatária do padroado das igrejas de Borba desde 1260, na pessoa do seu grão-mestre, D. Fernando de Sequeira, decidiu mudar a localização da igreja para um dos arrabaldes da vila, facto que aconteceu no ano de 1420 como atesta uma lápide em mármore posta numa das paredes da igreja. O que motivou esta deslocalização da igreja foi um aparecimento da Virgem Maria em um dos sobreirais que rodeavam a vila medieval de Borba. Desde esse acontecimento que o orago da paróquia passou a ser conhecido como Santa Maria do Soveral que, com a deturpação dos séculos, chegou até nós como Nossa Senhora das Neves do Sobral (do Sobral porque faz referência ao local onde se deu o milagre; das Neves porque na memória litúrgica de Nossa Senhora das Neves - 6 de Agosto - se celebrava solenemente a festa da padroeira da paróquia). No século XVI, a Ordem de Avis juntamente com o arcebispo de Évora, o Cardeal D. Henrique, reformulou arquitetonicamente a igreja.

A sua reconstrução iniciou em 1560, sendo um belo exemplar final do renascimento. Com características das chamadas igrejas-salão (muito semelhante à Igreja de Santo Antão de Évora e à Igreja de Santa Maria de Estremoz), possui três naves, divididas por enormes colunas de pedra mármore, e um interessante conjunto de altares de época mais tardia. Das capelas laterais destaca-se a interessante capela da antiga Irmandade das Almas do Fogo do Purgatório. É a capela lateral mais funda da igreja e contém três altares com retábulos em mármore branco e preto dos meados do século XVIII. O altar principal desta capela, dedicado a São Miguel Arcanjo, apresenta uma tela muito interessante também do século XVIII e da autoria do pintor borbense, José de Sousa de Carvalho. Os dois altares laterais, mais pequenos, apresentam também curiosos retábulos em mármore.